Dupla bicampeã mundial de remo estreia em nova modalidade nas Paraolimpíadas de Paris
Jairo Klug e Diana Barcelos vão disputar a prova Double Skiff PR3 (PR3 Mix2x), que é uma novidade na competição
A Seleção Brasileira de remo foi uma das primeiras a chegar à França para as Paraolimpíadas de Paris. Os remadores estão em solos franceses desde o dia 13 e estão hospedados na cidade de Troyes, a cerca de 160 km da capital francesa. Os treinos do remo, no entanto, acontecem em Mathaux, uma comuna próxima e também localizada na região de Aube.
A equipe é composta por sete atletas e um timoneiro, dos quais quatro participarão da sua primeira edição dos Jogos: Alina Dumas, Erik Lima, Gabriel Mendes e Priscila Barreto. Outros dois atletas, Jairo Klug e Diana Barcelos, já participaram de Paraolimpíadas, mas, pela primeira vez no evento, vão disputar a prova Double Skiff PR3 (PR3 Mix2x), na qual são bicampeões mundiais (2017 e 2018).
Até a edição de Tóquio 2020, a prova não fazia parte do programa dos Jogos. “Quando fomos bicampeões mundiais em 2018, tinha a expectativa de que ela entrasse nos Jogos de Tóquio. Não entrou. Mas, depois que veio o anúncio, eu fiquei muito feliz porque é uma prova que a gente consegue desempenhar bem. Temos um ótimo sincronismo na remada. Acredito que conseguiremos um bom resultado”, disse o paulista Jairo, 40, do clube Pinheiros-SP, que era remador do convencional, com participação no Pan do Rio 2007, até sofrer um acidente de moto e ficar com monoparesia no membro superior esquerdo.
Jairo e Diana remam juntos desde 2017, ano do primeiro título mundial da dupla. Porém, como o Double Skiff PR3 (PR3 Mix2x) não fazia parte dos Jogos Paralímpicos, eles passaram a treinar separados – até, também, pelo fato de morarem em cidades diferentes. Jairo mora em São Paulo e Diana, no Rio de Janeiro. Em Tóquio, eles compuseram o barco quatro com timoneiro brasileiro e ficaram fora da final principal.
Agora que disputará sua prova favorita, a carioca Diana afirmou estar confiante. “A expectativa é bem alta. Sabemos que outros países vêm fortes e que teremos uma competição acirrada. Por isso, estamos treinando pesado para enfrentar estas dificuldades. Eu e o Jairo temos uma amizade fora das águas também e acho isso importante para a remada fluir”, avaliou a remadora, 36, do Flamengo.
Em setembro de 2022, Diana fez dupla com Junior Silva no Mundial da República Tcheca e conquistou mais uma medalha, ade prata – a única da modalidade durante o ciclo. Tal feito a credenciou para ser eleita a melhor atleta da modalidade no Prêmio Paraolímpicos da temporada retrasada, fato que se repetiu no ano passado.
Além da dupla bicampeã mundial e dos quatro estreantes, a Seleção de remo que representará o Brasil em Paris terá a atleta paulista Cláudia Santos, de 47 anos, que está pronta para competir em sua quinta edição da Paraolimpíada.
“Foi muito difícil chegar aqui. Eu fiz duas grandes cirurgias durante o ciclo. Achei que não iria me classificar, porque fiquei muito tempo parada. Mas eu queria vir. A minha insistência falou mais alto do que as dificuldades e consegui me classificar pelo Mundial do ano passado [ela ficou em sétima na prova single-Skiff (PR1 W1x)]. Eu me sinto preparada, pronta para chegar à final A e brigar por medalha”, analisou a remadora do Pinheiros, que foi atropelada em 2000, na Rodovia Raposo Tavares, em São Paulo, e precisou amputar a perna direita por completo.
Com informações do Comitê Paralímpico Brasileiro
Foto: Comitê Paralímpico Brasileiro