Paraolimpíadas: Brasil conquista 11 medalhas inéditas num dia só em Paris

Os brasileiros do atletismo, natação e Badminton brilharam na capital francesa

 

O Brasil conquistou 11 medalhas nas Paraolimpíadas de Paris 2024, apenas nesta segunda-feira, no dia 2 de setembro. Foram 4 ouros, 4 pratas e 3 bronzes neste começo de semana.

Atletismo

A paulista Beth Gomes  conquistou o bicampeonato paralímpico no lançamento de disco. Em Tóquio, ela foi campeã na classe F52. Agora, na F53. (ambas para atletas que competem sentados). Ela venceu a prova com a marca de 17,37m, no Stade de France, estabelecendo o novo recorde da competição — que era de 15,48m. Esta é a segunda medalha de Beth nos Jogos de Paris 2024. Também nesta segunda-feira, porém nas provas realizadas pela manhã, a atleta conquistou a medalha de prata no arremesso de peso ao atingir a distância de 7,82m, recorde mundial na classe F53.

O mineiro Claudiney conquistou seu tricampeonato paralímpico no lançamento de disco da classe F56 (que competem sentados). Ele venceu a prova com a marca de 46,86m, novo recorde paralímpico.
O gaúcho Aser Ramos conquistou a prata, com 5,76m no salto em distância da classe T36 (paralisados cerebrais). O ouro ficou com Evgenii Torsunov (Atletas Paralímpicos Neutros), com 5,83m, e o bronze foi para o ucraniano Oleksandr Lytvynenko (5,76m).

 

O paranaense Vinícius faturou a medalha de bronze na final dos 100m T63 (amputados de membros inferiores com prótese) ao completar a prova em 12s10, apenas quatro centésimos do medalhista de ouro, o norte-americano Ezra Frech. Foi o melhor tempo do ano do brasileiro.

Natação

O nadador mineiro Gabriel Araújo, 22, o GAbrielzinho, venceu a prova dos 200m livre, da classe S2 (limitações físico-motoras), e alcançou a sua terceira medalha de ouro nas Paraolimpíadas de Paris. Ele terminou a prova com o tempo de 3min58s92. Vladimir Danilenko (Atletas de Países Neutros) ficou com a medalha de prata (4min14s16), e o chileno Claudio Abarza completou o pódio (4min22s18). O brasileiro marcou o recorde das Américas.

O brasileiro já havia vencido as provas dos 100m e 50m costas, também da classe S2. Além disso, ele quebrou o próprio recorde mundial na prova dos 150m medley (S1, S2 e S3). Por se tratar de uma prova multiclasses, Gabrielzinho competiu com atletas com graus diferentes de comprometimento físico-motor e terminou em quarto.

A nadadora pernambucana Carol Santiago   se tornou a mulher brasileira com mais ouros na história Paraolímpica. Ela faturou a prova dos 50m livre S12/S13, destinada a atletas com deficiência visual, com o tempo de 26s75 e chegou à sua 2ª medalha dourada em Paris, a quinta no geral – uma a mais que Ádria Santos, que tem quatro.

“Isso (recorde) significa muito para mim, significa que a gente, com toda a dedicação que a gente teve, a gente conseguiu chegar nesse nível, né? E isso é grandioso demais, eu acho que isso vai ficar, vai ficar toda essa força, toda essa dedicação que a gente tem, esse sonho realizado, para que os novos atletas que estão chegando, para que as crianças possam ver nisso um caminho, que é simples. Eu estou todo dia ali, treinando no Comitê Paralímpico Brasileiro, todo dia ali”, disse a campeã paralímpica.

As irmãs paranaenses Debora Carneiro e Beatriz Carneiro subiram ao pódio com prata e bronze, respectivamente, nos 100m peito classe SB14 (deficiência intelectual). Até aqui, o Brasil tem 14 medalhas na natação em Paris. São 5 de ouro, 3 de prata e 6 de bronze.

Badminton

O paranaense Vitor Tavares conquistou a inédita medalha de bronze no badminton, ao derrotar por 2 a 1 Man Kai Chu, de Hong Kong, com parciais de 23/21, 16/21 e na classe simples SH6 (classes funcionais de baixa estatura).
Vitor passou da fase de grupos e ganhou do americano Miles Krajewski por 2 a 0 (21/15 e 21/15) nas quartas de final. Na semifinal, ele foi derrotado pelo francês Charles Noakes por 2 a 0 (21/18 e 22/20), mas ganhou o bronze inédito.

Vitor possui hipocondroplasia congênita, popularmente conhecida como nanismo. Em 2016, ele conheceu o badminton no colégio. Ele foi convidado para a modalidade por um professor que dava aulas para crianças e atletas de alto rendimento.

Antes do bronze, Vitor terminou em quarto nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020 e ganhou medalha de bronze no individual e prata nas duplas no Mundial de badminton em Tóquio 2022.

 

Foto: Ana Patrícia Almeida/CPB

 

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