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Foto: Flickr/Nicolas Michaud

A Jornada do Breaking para as Olimpíadas: Quando a Dança Ganha o Pódio Olímpico

A corrida pelo Ouro começou, mas, como se deu essa escolha?

Por Marcelo Rebello

Não foi um caminho fácil, houve muita luta, muita resistência, muito suor e muitas lágrimas… o Breaking, como já dissemos em artigos anteriores, nasceu nas ruas do Bronx, como uma livre expressão de uma comunidade oprimida pelo sistema e que precisava de canais de diálogo disruptivos. Essa necessidade uniu música (DJ), rimas (Rap/MC), dança (Breaking) e a arte do Graffiti para formar o que hoje conhecemos como Cultura Hip-Hop (e que tem evoluído e incorporado mais elementos ao longo dos anos, como o Beatbox, por exemplo).

Já não é de hoje que o COI (Comitê Olímpico Internacional) tem buscado novas formas de chamar a atenção dos jogos olímpicos para um público mais jovem. Exemplo disso foi a inclusão de Esportes Urbanos, como Skate, BMX, Escalada Esportiva… mas, qual o caminho percorrido pelo Breaking?

Em 2018, o COI reconheceu oficialmente o Breaking como um esporte, esse foi o primeiro passo significativo em direção à inclusão nas Olimpíadas. Esse reconhecimento trouxe consigo uma oportunidade única de se ter uma plataforma global para mostrar a sua essência competitiva, era uma indicação importante que o Breaking, nascido nas ruas e no cenário underground, agora tinha chamado a atenção do maior evento esportivo do planeta.

A jornada do Breaking passou por um meticuloso processo de inclusão. O COI delegou à WDSF (World Dance Sport Federation) a tarefa de liderar os esforços como representante do COI para essa dança que se transformou em esporte, a fim de garantir sua posição nos Jogos de Paris 2024.

A maioria das pessoas já sabe que a inclusão de novos esportes nas Olimpíadas passa por rigorosos critérios e processos, exigindo que o esporte tenha uma base sólida de federações e confederações nacionais, prática em ambos os sexos e uma abrangência geográfica global. O Breaking atendeu a esses critérios, demonstrando não apenas seu potencial para unir culturas e comunidades, mas também sua popularidade.

A WDSF, então, começou a definir os critérios de competitividade, treinar árbitros dentro do recorte esportivo, organizar as metodologias dos campeonatos e de ranqueamento e tudo o mais que norteia um esporte de alto rendimento. Está sendo uma árdua transição entre o cenário cultural e o esportivo. Houve mudanças na maneira de se fazer as batalhas, com movimentos obrigatórios, critérios definidos de avaliação e outros detalhes que transformaram a maneira de treinar, dançar e executar as sessions (como são chamadas as performances de cada atleta nas arenas de competição).

Uma coisa é fato: apenas 16 B-Boys mais 16 B-Girls terão a chance de pisar na arena que será montada em La Concorde, nos dias 9 e 10 de agosto de 2024 e apenas 3 atletas de cada modalidade chegarão ao pódio, que marca o final desta incrível jornada do Breaking neste ciclo olímpico de Paris 2024. Alguém aí arrisca um palpite? Já tem seus B-Boys e B-Girls preferidos? Deixe seu palpite em nossas redes sociais e compartilhe conosco sua opinião.

 

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