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Aconteceu no último final de semana em Osasco, o Breaking Combate, um dos mais tradicionais campeonatos de breaking do Brasil, nova modalidade olímpica de Paris 2024. Foram dois dias de muitas vivências e aprendizado para quem participa da Cultura Hip-Hop e para o público em geral, que buscou conhecer mais sobre o “breaking”, nova modalidade olímpica. O evento comemorou 10 anos numa grande festa!

Na competição, havia mais de 250 inscritos. O maior destaque do evento foi a batalha de breaking dos kids, que mostrou a força da nova geração do breaking brasileiro. Pequenos no tamanho, mas gigantes no talento, eles, apesar da idade não estavam de brincadeira. A Bicampeã foi Chaya Gabor (13), conhecida no meio artístico como B-Girl Angel do Brasil. A menina, que já representa o país em eventos nacionais e internacionais, que esse ano ficou entre os primeiros lugares no mundial Gymnasiade “quebrou tudo”, trazendo o breaking não só como esporte, mas o breaking raiz na sua cultura e dança! A “Braba” conquistou o público presente no evento.

De poucas palavras, mas de muita personalidade, B-Girl Angel sempre gostou de desafios! O que muitos não sabem é que o maior deles foi assim que chegou neste mundo e o prêmio foi a própria vida. Com um passado ligado a muitos fios, incubadora e balão de oxigênio, foram assim os primeiros meses da vida dessa B-Girl, nome usado no meio do breaking, que se refere às meninas que dançam na rua: marcada pela prematuridade extrema, Chaya nasceu com 850 gramas, ficando internada numa UTI Neonatal por 90 dias, tendo sobrevivido a 2 paradas cardiorrespiratórias. Após sua alta médica, teve apneia da prematuridade, necessitando de monitoramento contínuo e utilização de oxímetro em seu primeiro ano de vida. “Ela esquecia de respirar, mas não deixava de batalhar pela vida”, relata o pai, Marcelo. Seu nome significa “Presente de Deus” e segundo sua família, sempre representou isso na vida de todos que a conhecem.

 

Angel começou a dançar bem cedo; com 4 anos começou no ballet e no sapateado, depois, acompanhando o irmão, B-Boy Eagle que também dança, trocou o ballet pelo breaking, onde se encontrou. Curada por Deus e abraçada pela Cultura Hip-Hop, a menina, que tem uma personalidade marcante na hora da dança, é carinhosamente chamada por seu treinador, Dunda, de “Senhorita Power Move“, pelo talento nato em assimilar os movimentos acrobáticos. São dele as palavras: “B-Girl Angel ainda vai dar trabalho para as B-Girls do mundo todo”. Na dança que Angel leva a sério, encontrou seu motivo de vida e, junto com a sua crew, Dream Kids Brazil, já começou a fazer história!  Todo esforço e preparo físico visa a carreira fora do país e participação em grandes eventos, como os Jogos da Juventude e, nos próximos anos, as olimpíadas.  No dia a dia, o treino é intenso, afinal, para quem tem esse foco, muita dedicação e persistência não podem faltar! São da mãe da menina as palavras: “Nossa Angel é uma guerreira desde que nasceu, lutou pela própria vida e venceu! Hoje sua rotina não é fácil, mas sabe onde quer chegar! Com apenas 13 anos tem consciência que os sonhos são importantes, mas que as ações são a força motriz para que tudo aconteça. Nada vem sem esforço e foco! O tempo é seu grande aliado em toda essa história, tanto ela como o irmão começaram cedo!

Angel foi pioneira, sendo a primeira criança na história a ser finalista do Prêmio Sabotage, feito pela Câmara Municipal de São Paulo e participou de eventos como: Rival Vs Rival (SP), BreakSP, Tattoo Week (SP), esteve no Red Bull BC One Camp Brazil, ganhou o 1º lugar no evento Batalha final 2019 e no Festival All Dance Brasil. Em 2020, Angel ficou em 2º lugar no E-Fise Montepellier na França. Em 2021 recebeu o Prêmio Arte em Movimento, em 2022 foi a campeã do kids do Breaking Combate, sendo a primeira menina a levar o cinturão para casa! Agora, em 2023, fez parte do time brasileiro escolhido para participar do mundial do Gymnasiade, que é considerado as olimpíadas do Desporto Escolar; também foi finalista do Prêmio 5° Elemento na categoria breaking e conquistou, neste final de semana, o Bicampeonato no Breaking Combate.

São de Angel as palavras: “Toda batalha de breaking ou campeonato de dança é um grande desafio! Eu amo dançar e quando faço isso me divirto, independente do resultado. Sempre que participo de competições faço o meu melhor. Sou grata a Deus por sempre estar comigo na hora que danço, aos meus pais que acreditam em mim e me apoiam, ao meu irmão, à minha crew, que me ajuda e ao meu treinador Eder, que é minha grande referência! Me preparar para voar alto é um dos meus objetivos nos próximos anos. Todo mundo pergunta: Por que sou brava quando danço? É o meu estilo, quando entro numa batalha estou totalmente focada lá, estou naquele momento competindo e, na dança, cada um tem o seu estilo. Mas sou mais concentrada do que brava”, garante a menina, dona de um sorriso largo e de movimentos brilhantes!

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